terça-feira, 24 de maio de 2011

Ensaio sobre vômito




Após uma longa e dificultosa digestão
E contrações estomacais, diante de um bolo
Alimentar que insiste em não digerir.
Tudo aquilo que se pôs dentro de mim insiste em ficar
Atormentando meu ser , nem ao menos um arroto para aliviar
Toda a pressão exercida
Não me ofereceram um ENO se quer
Vomitei
Pus todo aquele líquido ácido e denso para fora
Alívio
Esperei três dias para ver se algo acontecia com o vômito
Moscas deliciavam daquela podridão
Ainda havia esperança para vômito
Após nutrir-se usou dele para a postura de seus ovos
Um mundo maravilhoso estava se formando naquela poça
Decidi deixar por mais alguns dias
Eclodiram os ovos das moscas
Belo
A vida buscava um rumo
Notei  um emaranhado hifal brotando no canto inferior pouco menos iluminado
Noutro dia as larvas vorazmente, devoravam todo os detritos de alimentos que ainda persistiam em existir
O bolor aumentou seu tamanho onde as larvas podiam adentar por ele
Um mundo existiu
O fedor começou a diminuir                                                                
As larvas começaram a ficar negras e morrerem
Misturando-se ao material orgânico do vômito
Mas o bolor por sua vez continuava aumentar
Alvo belo
Duas semanas passadas não havia mais sinais de fungo
Onde estava meu vômito?
Minha dor, meu horror, minha angústia?
Digerida por um fungo?
Não
Estava apenas na minha doce mente onde moscas de padarias vêem se alimentar
Freqüentemente.