quarta-feira, 30 de março de 2011

Éter




Infinitas tensões em mim
Tensões musculares , talvez
Não sou mais aquele que vivi ontem
Não tenho mais os amigos que tinha a uma semana atrás
Quem será eu amanhã ?
Um chapado inalando éter e recobrindo-me a verdes paredes gélidas
Seria aquele mendigo que amaldiçoado nas ruas a procura de alguma coisa que ele mal sabe que quer .
Seria talvez um pagão a idolatrar a luz prateada da lua que rompe a  janela do quarto
Num inverno de dias úmidos e quentes
Tão estranho quanto estes dias que me envolve
A vida me passas uma rasteira todos os dias
Um buraco no meu caminho
Um grande abismo
Estou a esmo de mim mesmo
A fenda da mente que regurgita toda esta dor
Aparece nestes dias para me arrasar
Arrastar para o fundo do poço
Um poço de chumbo e mercúrio
Sulforoso caminho até a escuridão
Sinto dizer que o doloroso caminho possui um anestésico
Éter em minhas veias
Eterno caminho para o nada
Um mergulho profundo neste litro.

  Ednilson Clayton Rogerio

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